BOM DIA MEU AMOR

Bom dia, meu amor!


Estes dias encontrei-me com um jovem crente que conheci há bastante tempo. Ele estava completamente atormentado por causa de seu relacionamento com uma moça que ele diz amar, mas não tem certeza se ela o ama. Era preocupante ver seu nível de entrega ao relacionamento. Não que as pessoas não devam levar à serio a sua relação com o outro, mas certamente não podemos priorizá-la acima de
tudo, acima de nosso relacionamento com o próprio Deus. O namoro não deve se tornar o ponto central da vida de ninguém, muito menos daqueles que servem a Deus, pois estes sabem (ou ao menos deveriam saber) que o propósito principal de nossas vidas é a glória de Deus. Infelizmente este rapaz parecia não se lembrar disso. Ele me disse que ligava para ela todos os dias, no mínimo três vezes por dia: "bom dia; boa tarde; boa noite, meu amor". Me relatou que não passava um dia sem mandar para ela, palavras de amor. Comprava-lhe muitos presentes caros. Fazia tudo o que ela pedisse. Ficava desesperado se algum homem bem aparentado se aproximasse dela. Me perguntou o que faria, pois se ela o deixasse, ele morreria. A partir desse momento, ele passou a me contar o que havia acontecido àquela manhã, umas 3 horas antes de nos encontrarmos.



Como sempre, ele havia cumprido sua rotina religiosamente. Ligou e soltou seu jargão, todavia a surpresa...
"Bom dia, meu amor!" Disse para ela às 7 horas da manhã.
"Gosto de acordá-la com a minha voz, desejando que ela tenha um excelente dia... mas não entendi, ela me disse para ligar mais tarde, pois estava dormindo e queria continuar a fazê-lo. Ela nunca falou assim comigo antes. Deve ter alguém. Deve estar planejando acabar comigo".

Falei com o rapaz que isso não era de modo algum motivo para ela terminar. Provavelmente ela estava apenas com sono, só isso. Porém após ele me falar da sua segunda ligação (apenas 5 minutos após a primeira) fui obrigado a concordar com ele.



Ele:
"Bom dia, meu amor! Queria pedir para você não terminar comigo, pois senão eu não sei o que faço da minha vida. Vou ficar deprimido, chorando e sem rumo. Eu faço o que você quiser, por favor, amor..."

Ela:
"Olha só, eu já estou cansada, se você quer saber, já falei para você não ser tão pegajoso. Vai orar, buscar mais comunhão com Deus, ler a Bíblia. Eu não sou seu deus, não é a mim que você tem que servir, não sou eu que recebo a sua adoração! Pela sétima vez vou lhe dizer: esta terminado, ouviu? E dessa vez é definitivo, não me procure mais."

Apesar de parecer cômico, fiquei entristecido em ver que seu apelo piegas era apenas o reflexo daquilo que ele havia se tornado. Alguém fraco, que coloca a sua felicidade nas mãos de outro ser humano. Marionete das circunstâncias. Um homem cujo coração fabricou um ídolo para a sua adoração. Apesar de ele frequentar tantos anos à igreja, era neófito. Não entendera o Evangelho.

Como alguém pode se tornar tão cego e obstinado? É por isto que dizem que o amor é cego. Alguém até poderá argumentar que o amor não é cego, os amantes o são. Mas biblicamente nem o amor, nem os que amam são cegos, estes estão verdadeiramente na luz (1 João 2:9-10). A questão é o que realmente é o amor, o amar. Uma cosmovisão bíblica nos trará a seguinte ordem lógica:

1° Deus nos amou.
2º Deus derramou, em nossos (dos crentes) corações, o seu amor
3º Deus primeiramente derramado seu amor sobre nós, nos capacitou a amá-lo acima de todas as coisas.
4º O refluxo do nosso amor por Deus, nós faz amar, necessariamente, o nosso próximo também.

Sendo assim, se aquele jovem tivesse entendido apenas isso, saberia que:
  • Deus o amava infinita e incomparavelmente mais do que qualquer namorada pudesse fazer. Deste modo, não seria tão carente de ser aceito e amado.
  • Deveria amar e se devotar mais a Deus do que àquela moça. Dessa forma, ele não teria se decepcionado tão profundamente em não sentir o nível de reciprocidade que esperava.
  • Amar não é meramente um sentimento, mas uma decisão. Quem ama de verdade não precisa o tempo todo ter provas do amor alheio, ele simplesmente decide amar e fazer tudo pelo outro, sem
  • Seu amor era doentio, ele não amava aquela moça, mas tinha uma relação semelhante à que o viciado tem com as drogas. Ele ama as drogas? Não! Ele é escravo. É dependente de algo por sua própria culpa. Ele se fez dependente. Ela por si só não teria poder sobre ele. Ou seja, o viciado está doente em seu psicológico.
  • Se ele quisesse realmente honrar a Deus com o seu relacionamento, deveria prepara-se para ser um excelente marido. Um homem que ao invés de se entregar à neuroses, autocomiseração, ciúme imoderado, fosse preocupado em tornar-se como Cristo e só assim poderia amar a sua esposa como Cristo amou a igreja (Efésio 5.25) e deste modo honrar a Deus através de um amor verdadeiro por sua esposa.

rend

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